sexta-feira, 25 de maio de 2012

Indicação de Leitura: Sete lições sobre Educação de Adultos


Autor: Álvaro Vieira Pinto
Ano: 2003
Editora: São Paulo: Cortez/Autores Associados. 13. ed. 118 p.
A obra é resultado de aulas-conferências proferidas por Álvaro Vieira Pinto em 1966 no Chile. Apesar de escrita há mais de quarenta anos, os temas tratados na obra continuam bastante atuais. Na primeira parte do livro, é apresentada uma entrevista informal cedida a Dermeval Saviani; e na segunda parte, são desenvolvidos sete temas referentes a educação - daí o nome Sete lições sobre educação de adultos.
No livro são abordados aspectos como conceito, forma e conteúdo da educação. O autor descreve ainda a concepção ingênua e a crítica de educação, bem como diferencia a educação infantil da educação de adultos. Deixa claro que a alfabetização de adultos é processo pedagógico qualitativamente distinto do infantil e o que distingue uma modalidade da outra não é o conteúdo, os métodos, as técnicas de instruir, mas sim os motivos, os interesses que o contexto sócio-político-cultural, como um todo, tem quando educa a criança ou o adulto. (PINTO, 2003, p. 70).
Traz ainda considerações sobre a educação de adultos e do problema da alfabetização. Segundo o autor, o analfabeto, em sua essência, “não é aquele que não sabe ler, e sim aquele que, por suas condições concretas de existência, não necessita ler, embora em sua existência, pela experiência e conhecimento, faça a sua própria leitura de mundo, que deve ser considerada e respeitada por todos” (PINTO, 2003, p. 95).
Por último, trata da formação do educador de adultos, enfatizando a necessidade do exercício do diálogo, pois, para o autor, no processo educativo, tanto educador como educando educam-se reciprocamente.
Referência:
PINTO, Álvaro Vieira. Sete lições sobre Educação de Adultos. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 13ª Ed 2003. (118 p.).


Extraído de : http://blog.educacional.com.br/inclusaoeja/page/9/

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Indicação de Filme


Filme: A Cor Púrpura
Direção: Steven Spielberg
País de origem: Estados Unidos
Ano: 1985
Gênero: Drama | Musical
Elenco: Whoopi Goldberg, Dany Glover, Margaret Avery, Oprah Winfrey
Premiações: Indicado a 11 Oscar, Globo de Ouro de Melhor Atriz Dramática para Whoopi Goldberg.
Sinopse: 
O filme retrata a história de Celie, uma mulher negra violentada pelo pai e entregue para outro homem que a usa como escrava. A história é contada por meio das cartas que Celie escreve a Deus e à irmã, missionária na África. O filme mostra de forma emocionante a luta de uma jovem mulher negra semianalfabeta que não desiste de viver, mesmo tendo sofrido grandes traumas. No filme também é retratada a vida dos negros na Antiguidade e o preconceito e a desvalorização de que são vítimas.
No desenrolar da trama, Celie revela um espírito brilhante, mostrando seu valor diante das possibilidades que o mundo lhe oferece. Nas palavras da protagonista, “O que você faz para uma pessoa, você faz a si mesmo” - e essa é a grande lição do filme.
A partir dessa obra, é possível refletir sobre as relações familiares nas quais o poder do pai aparece de forma violenta e cruel. Ao mesmo tempo o filme apresenta uma possibilidade de redenção ao sofrimento vivido pela mulher no casamento. Além das relações de poder, a questão de gênero é bastante presente.


terça-feira, 22 de maio de 2012

Indicação de Filme: "Sarafina - O som da liberdade"


Filme: Sarafina - O som da liberdade
Título original: Sarafina
Gênero: Drama
Duração: 98 min.
Ano de lançamento: 1993
Direção: Darrell James Roodt
País: EUA
Sinopse
O filme retrata o contexto do apartheid na África do Sul. Uma professora ensina seus jovens alunos negros a lutarem por seus direitos. Para uma aluna em especial, essas lições serão um rito de iniciação na vida adulta na forma de uma brutal tomada de consciência a respeito da realidade que a cerca. A partir das cenas que retratam o povo negro sul-africano, subjugado pelos colonizadores holandeses e ingleses, é possível analisar os discursos que sustentam o preconceito racial até os dias atuais em nossa sociedade e qual o papel da educação no processo de libertação de um povo.




Extraído de: http://blog.educacional.com.br/inclusaoeja/

Indicação de Leitura: Construção Coletiva: contribuições à educação de jovens e adultos


Título: Construção Coletiva: contribuições à Educação de Jovens e Adultos

Autor: Timothy Ireland, Cláudia Vóvio (Organização)

Ano: 2005

Editora: Mec/Secad, RAAAB


             O livro Construção coletiva: contribuições à educação de jovens e adultos faz parte da coleção “Educação para todos”, lançada pela Secad/MEC. Nele são reunidos relatos de experiências e práticas educativas em EJA, de diversos educadores e especialistas da área. Os textos são agrupados em blocos temáticos que tratam desde as trajetórias das políticas públicas para a EJA, reconhecendo alguns conceitos e abordando o mundo do trabalho, os movimentos em prol da diversidade, a formação de educadores, o currículo e o ambiente escolar. Trata ainda da oralidade e da escrita, bem como da educação matemática. Com certeza, essa publicação constitui-se num importante referencial nos processos de formação de educadores de EJA.


Referência:

IRELAND, Timothy; VÓVIO, Cláudia (Orgs.). Construção coletiva: contribuições à educação de jovens e adultos. Brasília: Unesco, MEC/Secad, RAAAB, 2005. 



Disponível aqui . Acesso em: 05/2012.






Extraído de: http://blog.educacional.com.br/inclusaoeja/




Fique de olho!

FIQUE DE OLHO!!!





Projetos sugeridos pela SEMED para serem desenvolvidos pelas escolas da rede nesse primeiro semestre:

* Cinema em Debate
* Saúde e Qualidade de Vida
* Feira de Matemática

terça-feira, 15 de maio de 2012

Evasão na EJA

A evasão é um problema grave na EJA e o que fazer para mudar esse quadro?

Disponibilizamos sete sugestões publicadas na Revista Nova Escola que ajudam a diminuir as faltas e a evasão de jovens e adultos.


 
1 - Uso de variadas linguagens

O que é?

Incorporar atividades relacionadas à arte e à cultura.

Por que dá resultado?
Para acabar com o abandono na EJA. Ilustração: Thiago Cruz
Utilizar linguagens alternativas, como a música, o cordel e o teatro, facilita o aprendizado, principalmente de estudantes mais velhos, que geralmente têm mais proximidade com a cultura popular.

Onde deu certo?

Em Salvador, no bairro Pariri, um subúrbio ferroviário, a direção do CE Sete de Setembro chamou a atenção dos alunos de EJA com projetos de música, cultura e literatura. Um deles é o Tempo de Artes Literárias, que promove uma competição saudável na escola ao estimular a produção de textos (prosa e poesia) por meio de rodas e saraus literários. Em 2009, o vencedor saiu de uma das turmas de EJA. Também foram realizados festivais para incentivar a produção musical e trabalhos de temática afro-brasileira e indígena. "A culinária desses povos, por exemplo, pode ser explorada nas aulas de Matemática, ao falar das quantidades de ingredientes utilizados em cada prato", explica Diógenes Ribeiro, diretor da escola. Ele credita o sucesso dessas ações ao uso da linguagem oral - em que muitos adultos têm desenvoltura - juntamente com a escrita.

2-  Reorganização do tempo

Para acabar com o abandono na EJA. Ilustração: Thiago Cruz
O que é ?
Elaborar um cronograma de aulas ajustado à disponibilidade dos alunos.

Por que dá resultado?
Organizar os dias e horários das disciplinas segundo as necessidades da turma garante o atendimento contínuo e a reposição de aulas.

Onde deu certo ?
A EEB Madre Benvenuta, em São João do Oeste, a 698 quilômetros de Florianópolis, passou em 2009 por uma reformulação em seu sistema de ensino para as turmas de EJA. A ideia, implantada nas cinco escolas estaduais da região, foi oferecer duas disciplinas por semestre, com aulas presenciais duas vezes por semana - de preferência, entre segunda e quinta-feira. "A gente evita as sextas porque tem muita programação na comunidade e os alunos acabam faltando", explica Roque Neiss, coordenador do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) da cidade. Pesquisas, lições de casa e outras atividades complementam a carga horária de estudo. São, portanto, menos horas presenciais e mais trabalhos a distância. Tudo é corrigido pelo professor, que leva para casa as tarefas e as devolve com comentários. As faltas permitidas se limitam a duas por semestre - desde que avisadas. O aluno pode, depois, combinar um horário com o docente para repor o conteúdo perdido. "Essa organização contribuiu para que muitos adultos que tinham desistido de estudar voltassem para a escola", comemora Neiss.

3 -  Currículo contextualizado
Para acabar com o abandono na EJA. Ilustração: Thiago Cruz
O que é ?
Construir um currículo que dê mais significado à aprendizagem.

Por que dá resultado?
Associar temas do cotidiano às disciplinas faz com que os alunos entendam o assunto com mais facilidade.

Onde deu certo?
A Escola do Batatal, localizada na área rural de Mangaratiba, a 103 quilômetros do Rio de Janeiro, fez uma série de ajustes no currículo depois que indústrias do setor siderúrgico e de energia se instalaram no local. As diretoras Lucilene de Souza e Adriana Lopes da Silva criaram eixos temáticos para tratar os diversos assuntos surgidos com o desenvolvimento da região. Entre eles, a relação entre a urbanização e a vida no campo, a socialização como uma forma de integração da comunidade a seu entorno e o uso da tecnologia no cotidiano. Visitas ao caixa eletrônico e ao shopping center, por exemplo, foram organizadas para familiarizar a turma com as novidades. A iniciativa fazia parte do projeto Relendo o Mundo pelas Lentes da Educação, que mereceu a Medalha Paulo Freire, do Ministério da Educação (MEC), em 2009, na categoria Alfabetização de Jovens e Adultos.

4 - Articulação com empresas.

O que é?
Entrar em contato com empresários do setor público e privado para estabelecer parcerias com a finalidade de facilitar o acesso dos alunos à escola e evitar atrasos.

Por que dá resultado?
Melhorar o transporte público nos bairros escolares ou estimular os funcionários a estudar, flexibilizando o horário de trabalho, são bons exemplos de parcerias que podem ser sugeridas aos empresários.

Onde deu certo?
A oferta precária de transporte no bairro da EMEF Reginaldo de Souza Lima, em Paragominas, fez com que a direção da escola e a Secretaria Municipal de Educação procurassem as empresas de ônibus para melhorar a regularidade das linhas no período noturno. Também foram promovidas reuniões com dirigentes de empresas privadas e públicas, nas quais os alunos trabalhavam para conscientizá-los da importância de incentivar os funcionários a frequentar a sala de aula. Outras medidas adotadas com êxito: flexibilizar o horário de entrada em 15 minutos, alterar as datas das provas quando o estudante não pode ir devido ao trabalho e realizar visitas dos orientadores educacionais à casa daqueles que faltam para convencê-los a voltar.

5 - Atendimento aos filhos
Para acabar com o abandono na EJA. Ilustração: Thiago CruzO que é ?
Criar uma infrasestrutura para receber os filhos dos alunos.

Por que dá resultado?
Para os alunos que não têm com quem deixar os filhos, levá-los à escola enquanto estudam pode ser determinante para que não faltem às aulas.

Onde deu certo ?
Quando foi diretora da EM Nossa Senhora das Graças, em Silves, a 300 quilômetros de Manaus, Francisca Artemísia Almeida da Silva tinha três turmas de EJA na escola. Entre 2004 e 2008, ela recebeu o programa Reescrevendo o Futuro, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em parceria com a Secretaria Estadual de Educação. Como o número de mulheres com filhos pequenos matriculadas no programa era alto, ela designou uma funcionária de serviços gerais para cuidar das crianças que iam com os pais para lá - medida sem custo, visto que foi feito um remanejamento de funções. "Reservamos uma sala com brinquedos e demos um lanche para que as mães possam estudar tranquilas. As que têm bebês podem ficar com eles na sala de aula. Faltas mesmo, só em caso de doença", diz Francisca.


6 - Atendimento individual
Para acabar com o abandono na EJA. Ilustração: Thiago CruzO que é?
Oferecer um plano de estudos personalizado segundo as possibilidades de cada aluno.

Por que dá resultado?
Planejar aulas de forma individualizada permite que cada adulto estude de acordo com seu ritmo e com o tempo disponível.

Onde deu certo?
No CE Duque de Caxias, localizado em Corbélia, a 513 quilômetros de Curitiba, o estudante monta sua grade de horários segundo as disciplinas oferecidas e sua disponibilidade de tempo. É possível, por exemplo, cursar apenas uma matéria em um semestre e passar para três no seguinte. "Eles recebem orientações do professor separadamente, apesar de assistirem às aulas em grupos", explica a diretora da escola Nilcéa Schwambach Medeiros. Assim, um aluno que trabalha na agricultura, como muitos na região, pode faltar até 30 dias em época de colheita sem se prejudicar. "Se fossem reprovados por faltas, eles nem fariam a matrícula", diz Elcio Luis Vitalli, vice-diretor da escola.
 
7 - Acolhimento e merenda
O que é ?
Oferecer refeição aos alunos e incentivá-los a estudar.

Por que dá resultado?
Os estudantes que vão diretamente do trabalho para a escola não ficam com fome e podem se concentrar mais nas aulas.

Onde deu certo ?
Na EM Diógenes Ribeiro de Mendonça, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, a merenda é servida antes das aulas e inclui refeições reforçadas com carne-seca e abóbora. Bem alimentados, os alunos têm mais disposição para se concentrar nos estudos e não chegam atrasados. Além disso, há o cuidado para que se sintam acolhidos e vejam a instituição como uma parceira - é comum os estudantes desistirem de estudar por problemas de saúde, com a família ou de desemprego. Quem falta por mais de três dias recebe um telefonema da escola. Se, mesmo assim, o aluno continua ausente, o professor e os colegas escrevem uma carta para dizer que estão sentindo a falta dele e pedir que volte logo. E, se preciso, alguém da equipe gestora vai até a casa do faltoso para conversar pessoalmente. "Manter uma relação próxima e amistosa ajuda a evitar a evasão", diz a diretora, Kátia Christina Fernandes.









Extraído de http://revistaescola.abril.com.br/gestao-escolar/diretor/7-acoes-combater-evasao-eja-abandono-623604.shtml?page=6

Desafios na EJA

Disponibilizmos uma reportagem interessante sobre os desafios da EJA extraídas do site da Revista Nova Escola.

Reportagem extraída de http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/eja-plano-618045.shtml

Como em diversas áreas descritas nesta edição especial, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) passou por muitas mudanças, com importantes conquistas na legislação nos últimos 25 anos. Porém é difícil fugir da conclusão de que essa modalidade de ensino está relegada ao segundo plano na agenda dos governantes e da própria sociedade. Basta ver as alarmantes estatísticas sobre analfabetismo: 14,1 milhões de brasileiros com mais de 15 anos (9,7% da população) que não sabem ler nem escrever e mais de 38 milhões de analfabetos funcionais, incapazes de entender um texto mais complexo que um bilhete simples.

Os especialistas são unânimes em afirmar que a única forma de melhorar os indicadores é respeitar as especificidades desse público - gente que não terminou, ou nem sequer iniciou, o ensino regular. Entre os problemas apontados, estão o currículo (muitas vezes uma adaptação dos conteúdos do Ensino Fundamental), a formação inadequada dos professores, a prática de convocar voluntários (muitos sem preparo) para alfabetizar jovens e adultos e a polêmica em torno da idade mínima para matricular-se na EJA (hoje é 15 anos, há quem lute para aumentar para 18 anos, numa tentativa de forçar os mais jovens a permanecer nas redes regulares de ensino).

De um lado, a EJA passou a receber mais recursos graças ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), ainda que os valores pagos sejam os menores do sistema. De outro, há uma variedade de programas surgidos nos últimos anos, como Brasil Alfabetizado, Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) e Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), que concorrem com a EJA e revelam as dificuldades de apontar um caminho eficaz para o setor.
O resultado dessa falta de consenso são altos índices de evasão: 42,7% dos 8 milhões de brasileiros que frequentaram classes de EJA até 2006 não concluíram nenhum segmento do curso, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2007. E, tão preocupante quanto, a redução no total de matrículas nesse segmento: de 3,5 milhões de estudantes, em 2006, para 2,8 milhões, no ano passado, apenas no Ensino Fundamental. Mudar essa realidade é essencial para garantir que o Brasil ocupe um lugar de mais destaque no cenário internacional.




Gráfico: Fábio Luca